Com demanda crescente, programa visa chegar a 30 famílias acolhedoras
Serviço busca voluntários para lar temporário a crianças e adolescentes que aguardam adoção ou reintegração familiar
por Ana Beatriz Garcia
15/01/2021 – 05h00
Quando uma criança ou adolescente está em situação de vulnerabilidade, risco, abandono, afastamento do convívio familiar por meio de medida protetiva ou, ainda, em casos em que a família se encontre impossibilitada temporariamente de cuidar e proteger, esse indivíduo é encaminhado ao programa Família Acolhedora. Muito importante, mas ainda pouco conhecido, esse serviço, em Bauru, busca aumentar seus cadastros para atender mais desamparados.
Segundo a coordenadora do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora da Fundação Toledo (Fundato), a assistente social Débora Baebe, existem, na cidade, até o momento, 19 famílias acolhedoras. No entanto, a meta da iniciativa é chegar a 30 lares temporários. “Hoje, infelizmente, essa demanda vem crescendo. Mais crianças precisam de lares temporários, por terem essa separação de suas famílias, e não temos voluntários suficientes”, afirma.
O QUE É?
O acolhimento em família acolhedora é uma ação de proteção social especial de alta complexidade, para pessoas de 0 a 17 anos e 11 meses, de caráter excepcional e provisório. Isso porque o acolhido fica na casa dos acolhedores apenas como uma transição entre a reintegração familiar ou o encaminhamento à adoção, o que, por lei, pode levar no máximo dois anos.
Trata-se de um trabalho voluntário, prestado por pessoas da comunidade, que se disponibilizam para o afeto e cuidado de crianças e adolescentes que não podem permanecer, em dado momento, com suas famílias de origem. Para isso, esse acolhedor deverá estar bem preparado para atender as necessidades do acolhido, até que sua situação jurídica esteja resolvida. “É importante destacar que a pessoa não pode ter intenção de adotar essa criança ou ter cadastro na fila de adoção”, ressalta Débora Baebe.
REQUISITOS
As famílias que pretendem se disponibilizar para essa modalidade de acolhimento devem atender a alguns requisitos mínimos, como o desejo, a disponibilidade e a concordância de todos os membros do núcleo familiar, além de ser maior que 21 anos, ter no mínimo 18 anos de diferença com o acolhido e residir em Bauru. “Não há restrição quanto ao sexo ou estado civil do postulante. Mas, ele tem que ter disponibilidade para participar da capacitação, manutenção e todo o processo das atividades realizadas. Além disso, não pode estar respondendo a processo judicial ou envolvido em inquérito policial”, define a assistente social.
Os voluntários devidamente cadastrados, avaliados e selecionados serão preparados para se tornarem famílias acolhedoras, através de uma equipe técnica, que fará também seu acompanhamento.
PERFIL
Apesar de ter conhecimento da situação do acolhido, a família de origem não tem contato com a família acolhedora. “O serviço é responsável por proporcionar o contato da criança ou adolescente com a família de origem uma vez por semana, por duas horas”, declara Débora Baebe.
Além disso, ela salienta que a coordenação respeita a escolha do perfil do indivíduo escolhido para ser atendido pela família acolhedora. “Tem quem prefira cuidar dos bebês, alguns preferem crianças mais velhas ou adolescentes. Respeitamos isso para que a família se sinta à vontade para continuar no serviço”, destaca. Os voluntários ainda recebem uma ajuda de custo para auxiliar nas despesas do acolhido.
SERVIÇO
Para ser uma família acolhedora ou ter mais informações sobre o serviço, basta entrar em contato pelos telefones (14) 3234-8451 ou (14) 99647-2661 (Débora).